Porque muito se acham?

Existe um grupo estranho de pessoas que acha que sua vida está sendo invejada no último grau. No Orkut, é possível encontrar repetidamente aquela frase que indica que a inveja do indivíduo é o combustível do sucesso da outra pessoa. Bonita frase.

Mas cá entre nós, inveja produz algum tipo de combustível? E como é isso?

A pessoa fica ali, como se estivesse tirando leite de vaca, recolhendo a energia do invejoso para jogar na sua vida e conseguir algum sucesso? Isso funciona? Isso é positivo?

Mas sucesso não é algo conquistado por métodos provincianos de batalha diária?
E são essas mesmas mocinhas que tem mania de entrar em comunidades elevando sua existência. Dizem que podem outras imitá-las, mas ninguém chegará aos seus pés.

Ou avisam que seu brilho é maior que todos.

Maior que as luzes do Maracanã?

Maior que show da Madonna. Para que?

Contaminadas, algumas personalidades já não conseguem conviver sem ter que dizer:

eu sou demais, não tem para mais ninguém, sou a melhor, eu tenho mel e você num tem nada...

E ainda tem a mais chocante das declarações: Admita, você sonha em ser eu?

Ser quem, cara pálida? Imagina uma vida inteira jogada fora para que outra pessoa seja outra pessoa.

E tudo que foi conquistado até ali? E a vida toda com a família, amigos, conquistas...

Tudo no lixo?

A outra pessoa só pode mesmo se achar demais, achando que alguém quer ser ela assim sem mais nem menos.
A inveja existe. Claro.

Mas está sendo cada dia mais tratada com tanta pompa que ninguém mais repara que papel ridículo estamos fazendo com essas competições mesquinhas de

"eu sou isso e você não é nem aquilo".
E ainda tem o grupo que gosta de avisar: se quiser sabem ser nojentas. Para que isso?

Onde ser nojenta leva alguém para algum lugar? Ser nojenta não deveria ser algo ruim?

Nojento é um rato morto, uma barata num prato de comida, uma ferida não cicatrizada,

um vômito, uma privada suja, uma meleca, uma remela...

Vamos recapitular. Só para entender... A pessoa quer se defender dizendo que sabe ser nojenta como ninguém.

Ou seja, sabe ser um rato morto, uma barata num prato de comida, uma ferida não cicatrizada, um vômito, uma privada suja, uma meleca, uma remela?

E para que serve ser tudo isso?

Ser nojenta deveria ser uma espécie de última alternativa.

Vou ser nojenta porque não tenho mais saída.

Ok! Vamos ao nojo do mundo.
Óbvio que devemos ser mais nós mesmos, devemos nos amar, nos preservar e nos valorizar. Entretanto, de alguma forma, parece existir uma linda feminina que odeia o mundo se amando. Estamos dando muita atenção para o que não presta.

Estamos perdendo a chance de sermos avaliados pelas outras pessoas e deixar que elas, sim, concluam que somos demais, estamos no auge, ninguém é como nós e até mesmo que, de alguma forma, alguém quer ser um pouquinho a gente, mas isso não precisa ser lá uma notícia ruim.

É sinal que estamos no caminho certo, estamos conquistando espaço e mostrando nossas qualidades.

Ficar se adorando, enquanto diminuímos quem está ao redor só mostra nossas fraquezas diante do mundo inteiro.
Não precisamos de nada disso. Somos enormes sem fazer esforço.

Somos lindas, maravilhosas e únicas.

A graça é essa.

Um mundo de pessoas, cada uma com suas qualidades, aceitando não ser sempre a luz do Maracanã ou a Madonna.

E brilhando intensamente do mesmo jeito.

Dito!.

JS